segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Case Pirelli

Gostaria de falar sobre o case Pirelli feito na Ketchum, na qual podemos perceber o quanto a comunicação interna faz diferença.

Tudo começou quando pesquisas de clima organizacional apontaram queda nos critérios de avaliação da comunicação, baixa adesão dos funcionários aos veículos internos e descrença dos empregados em relação ao discurso da empresa. A empresa porém acreditava que as ferramentas já utilizadas de comunicação interna resolveriam esse problema.
A agência, portanto, desenvolveu um trabalho baseado na mudança da cultura organizacional com a criação de políticas e procedimentos, reformulação de estrutura e processos, e treinamento da equipe responsável e das lideranças de comunicação naturais e formais.
Os objetivos e as estratégias definidas foram: identificar opiniões, percepções e expectativas dos funcionários da Pirelli; planejar a reestruturação completa da comunicação interna (CI) com visão estratégica; implantar o programa utilizando técnicas de relações públicas para construir a CI com base em redes de relacionamento, reforçando o papel dos veículos internos, preparando a equipe da Pirelli para a auto-gestão do programa, após sua implantação.
Primeiramente a Ketchum desenvolveu uma auditoria de opinião, para avaliar a comunicação interna e identificar os pontos positivos e negativos, os veículos utilizados, a opinião específica sobre eles e suas expectativas, bem como a cultura interna, o ambiente e seu contexto.
Quando os funcionários eram questionados sobre a comunicação interna, 63% dos entrevistados a consideraram negativa e neutra, e somente 33% como positiva. Entre os principais pontos negativos estavam: falta de transparência, falta de clareza e falta de agilidade.
Outros pontos negativos percebidos que foram destacados são: a área de CI sem atuação estratégica e processos definidos; líderes sem perfil de comunicação; rádio-peão com muita força em todos os níveis hierárquicos; forte influência do sindicato (maior emissor de informação) na comunicação das fábricas e pouca informação estratégica para os contatos com o mercado. Em relação aos veículos, eram predominantes a ausência de unidade visual, a falta de segmentação dos assuntos, os quadros deteriorados, desorganizados e sem manutenção, notícias antigas e com excesso de texto além de pouca atratividade visual.
Para que houvesse essa mudança na cultura organizacional era necessario sair da visão de meios para a valorização do processo.
Os quatro pilares estratégicos de trabalho foram: mudança da cultura de comunicação, criação de processos, adequação da estrutura da área de comunicação interna e melhoria dos canais.
A implantação foi realizada em duas semanas por unidade, totalizando dois meses. Foi criada uma campanha para o lançamento com o mote Comunica Pirelli: a Pirelli mais perto de você e uma identificação visual para os veículos do Comunica Pirelli. Esse mote se transformou na própria identificação da área de comunicação interna. A campanha atingiu todos os funcionários, com diversas peças de comunicação espalhadas pela fábrica com a mensagem A nossa nova comunicação você vai querer ver, ouvir e participar e O momento chegou e as novidades também. Nessa fase, ocorreram também o treinamento da liderança (100%) e da Rede de Comunicadores (83 pessoas), a capacitação dos estagiários locais (6 pessoas), a definição dos locais estratégicos dos novos veículos da fábrica, a implantação dos veículos eletrônicos e o início da implantação do Espaço Aberto e do Leiaki!.
Após isso foram feitas novas pesquisas para constatar os resultados da ação, que foram surpreendentes. A comunicação interna melhorou para 90% dos empregados e foi considerada positiva para 80% deles, apontando uma melhora de 142% de um período para outro.
Os fatores que contribuíram para esse sucesso foram: clareza, agilidade, transparência e menor participação do sindicato.
A dimensão do projeto pode ser vista pelos números a seguir: foram 6 etapas de estruturação; 6 pessoas da Ketchum envolvidas; 10 pessoas da Pirelli envolvidas; 6 veículos modificados; 8 veículos criados; 12 meses de Projeto; 22 unidades visitadas; 66 pessoas na rede de comunicadores; 73 sessões de treinamento; 142% de crescimento em relação ao resultado da pesquisa inicial; 338 horas totais de treinamento; 543 pessoas treinadas ao todo e 4.692 respostas de pesquisa.
O projeto foi considerado modelo para a matriz na Itália e indicado para a implantação nas fábricas da Argentina e Venezuela.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Casa de ferreiro, espeto de pau.

Quanto à relevância da comunicação interna, imagino ser unânime a opinião de todos aqui em afirmar que esta é uma ferramenta fundamental para uma organização. As várias formas de se trabalhar comunicação com o público interno trazem múltiplos resultados, ou seja, toda empresa deveria ter uma intranet, um jornal-mural, um revista, um boletim etc. Pelo menos este seria o mundo ideal, onde todas as empresas colocariam a teoria em prática.

Sendo uma ferramenta de Relações Públicas, os próprios RPs deveriam ser os defensores desta prática. Quem melhor do que os profissionais da comunicação para mostrar a sua importância para os tomadores de decisão? Mas como diz o ditado: em casa de ferreiro, o espeto é de pau. Infelizmente a nossa profissão se encaixa muitas vezes nesta contexto. Com certa licença poética, eu poderia dizer: em agência de RP, a CI é informal.

Fico muito preocupado com o valor dos serviços de comunicação dentro da própria comunicação. Ontem tive a oportunidade de assistir a palestra do professor Manoel Marcondes Machado Neto, professor da UERJ se eu não me engano. Palestra que recomendo muito. Ele foi à Cásper Líbero falar, entre outras coisas, do espaço que a comunicação e as Relações Públicas ainda precisam conquistar. Ele defende que é necessário se criar uma disciplina da nossa área dentro dos cursos de administração, por exemplo. Concordo plenamente!
Por outro lado, acho que o quintal de casa está desarrumado. Nem mesmo dentro da comunicação nós estamos 100% consciêntes da nossa importância. Presenciei um descaso com um veículo de comunicação interna dentro de uma agência de RP! A periodicidade não era cumprida, a organização era subordinada ao RH, não havia planejamento e a ferramenta não era usada de forma estratégica. Pergunto: como então vamos vender o nosso peixe se nem nós mesmos queremos comprá-lo?

domingo, 20 de setembro de 2009

Eita fofocaaaa!!!


Santa convivência! Mais difícil do que pensamos, mais complexo do que imaginamos!

A vida em sociedade e a convivência coletiva não é simples, seja em questões pessoais quanto profissionais. Muitas vezes podemos escolher as pessoas que queremos ou não ao nosso lado, muitas vezes não. Em uma empresa normalmente é o “não” que prevalece. Naturalmente.

Temos que conviver com outros funcionários, com atitudes diferentes de nossos princípios, com pessoas de valores distintos dos nossos, com personalidades que às vezes não combinam com a nossa e além disso viver, algumas vezes, situações que resultam em boatos e fofocas que, se não bem contornados, podem levar á sérias conseqüências.

Podemos pensar assim sobre a ética, sobre a psicologia, sobre o que leva as pessoas a agirem de determinada forma consciente ou inconscientemente. O que é certo e o que é errado? Quem diz o que devemos ou não fazer? Quem dita nossa postura? Por que os indivíduos são capazes de criar histórias, distorcer informações, contribuir com ruídos já existentes?

São perguntas que envolvem diversos estudos e observações, mas que na prática demandam uma análise mais clara e objetiva.

Problemas e sérias crises internas podem resultar de uma simples fofoca, de uma simples informação mal interpretada, que temos que lidar da melhor maneira para não virar a famosa “bola de neve”.

Fofocas, que socialmente possuem uma forte conotação negativa, podem ocorrer em casos como o da vestimenta, abordado pela Fernanda Sene (rivalidade estética entre funcionários), e até em informações técnicas e administrativas que podem virar fortes boatos e acabar com qualquer imagem, seja a do próprio funcionário como da empresa perante seus públicos, interno e externo.

As pessoas devem se respeitar, ter bom senso nas atitudes e consciência de ambiente,
contando com o auxilio da comunicação, que por meio dos diversos veículos possíveis, auxilia na boa integração dos colaboradores e transparência de informações.

Deem uma olhadinha na reportagem do “Jornal Hoje”.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Patrick Swayze and PR relations...


Na última segunda-feira, Patrick Swayze faleceu aos seus 57 anos de idade, lutando contra um câncer no pâncreas. Swayze persistiu durante 20 meses para que houvesse uma cura de sua enfermidade. Em entrevistas, fez depoimentos do tipo: "Dois anos parece provável se você acreditar em estatísticas. Quero durar até acharem uma cura, o que significa que tenho que correr atrás disso." disse Patrick.

Acontece que, geralmente, quando há notícias de um falecimento, geralmente o porta-voz familiar sempre se pronuncia. Nesse caso, a PR agency de Patrick, Annett Wolf, foi quem realizou o anuncio de seu falecimento.

Já imaginou, que quando seu principal cliente e aliado pode passar por situações embaraçosas como essa?

Penso que na cabeça de Annett, apesar da dor e da dificuldade que ela está, a situação pode ser comparada a uma grande crise na sua carreira profissional.

Primeiramente, aponto que essa experiência, apesar de difícil, pode ser uma experiência e tanto para a sua carreira. Mas, ao mesmo tempo ela perdeu um grande amigo e cliente, penso que ela passa por uma crise pelo fato ocorrido.

Annett com certeza vivencia esse momento, uma crise, que ficou marcada para toda sua vida. Quem sabe, com seus contatos e com a sua influência, que geralmente nos EUA é muito comum o trabalho de RP, consiga também conquistar clientes bons e interessantes assim como foi seu cliente sucessor.

Imagino que essa seria a crise de Annett, talvez a única crise insuperável. E você, o que acha? A RP de Patrick está numa crise? Uma crise que influencia o emocional e também o profissional?Pra você, caro leitor, como é possível superá-la?

Veja mais em:
http://cinema.uol.com.br/ultnot/2009/09/14/ult4332u1277.jhtm

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Roupa X Promoção

Gente!

Bom como assunto crise está sendo deixando um pouco de lado pela mídia estamos ficando um pouco sem opções hehehe. Então pensei em escrever sobre algo um pouco diferente, mas que conta muito.

Na Veja da semana retrasada saiu uma matéria que achei interessante porque é algo que sempre me deixa em dúvida: a roupa que usamos pode garantir ou não uma promoção dentro da empresa?
E foi então que a partir dessa matéria eu vi que todos os detalhes fazem muita diferença na hora de se escolher uma roupa para trabalhar ou ir à uma reunião.

E ai que me pergunto: qual o papel da comunicação interna nesse assunto?

Será que é essa área que deve cuida desse assunto?

Pois tenho um exemplo a dar! Acabei de mudar de emprego e percebi a diferença entre os códigos destas empresas. Em uma não sabia direito como me portar pois enquanto uns usavam jeans e tenis, outros usam terno. Apesar de ter tido uma pequena apresentação de código de vestuário e de conduta (apenas 3 meses após ter iniciado na empresa), nada do que foi citado era o que realmente era visto no dia a dia.
Já na outra empresa nunca tive nenhum tipo de apresentação para explicação do código, mas estava claro qual era o tipo de vestimentas aceito e mais adequado já que todos utilizavam o mesmo tipo de roupa. Hoje mesmo fomos visitados pelo diretor regional que ao me ver olhou-me de cima a baixo como uma cara de "estou analisando tudo" que até engoli a seco achando que tinha algo de errado com a minha roupa hahahaha. Mas é porque algumas empresas realmente prezam isso.

Agora retomando a pergunta se é a área de comunicação interna quem deve cuidar disso ou não, digo que sim. O fato de uns estarem vestidos de uma maneira mais formal que outros pode gerar constrangimento entre esses funcionários. Portanto acho que seria legal se a área de comunicação interna deixasse o código da empresa mais claro para todos por meio de divulgações constantes, especialmente quando se tratar de uma área em que a rotatividade de funcionários é muito alta.

Talvez as pessoas não sentiriam-se perdidas sem saber como se portar, pois afinal não significa que em toda empresa o terninho seja o mais indicado. Na própria matéria da Veja uma profissional cita que quando trabalhava em Santos aparecer de terninho em alguma reunião era sinal de arrogância.

Por isso, acho essencial que a comunicação interna esclareça as normas de conduta a serem seguidas para que nenhum novo funcionário sinta-se constrangido em momento nenhum.

O que vocês acham disso? Esse post pode parecer fútil, mas acho que saber o que vestir em cada lugar nos livra de muitas enrascadas.

domingo, 13 de setembro de 2009

Porta-voz: A escolha e postura correta na hora da crise

Boa noite a todos!

Mais uma vez estou de volta para discutir sobre comunicação e crise. A busca pelo tema de hoje me levou até o assunto porta-voz.

O porta-voz é o elo de comunicação entre a empresa e os públicos que devem ser comunicados no surgimento de uma crise. A pessoa escolhida preferencialmente precisa ocupar a posição de líder na empresa, entender profudamente a situação, ter ótima oratória, ser treinado para responder à imprensa e ter equilíbrio emocional em momentos de tensão. Esta pessoa deve ser o único ícone na transmissão de informações, evitando assim, incoerência e confusão nas mensagens.

Alexandre Caldini, o autor do artigo “Como gerenciar a crise”, publicado em uma das edições da revista EXAME de 2000, apontou a postura que o porta-voz deve assumir durante a crise:
  • " Não falar sem antes saber de fato o que aconteceu. Se for o caso, declare à imprensa que você vai se informar e logo voltará a falar.
  • " Volte e fale. Se você não falar, alguém vai falar por você, só que não necessariamente a verdade." Efeito avestruz não ajuda. O que você prefere: um fim horroroso ou um horror sem fim?
  • " Nunca minta. Se você mentir e descobrirem que você mentiu, nada mais importa: você será o culpado.
  • " Não negligencie seu público, principalmente a imprensa. Respeitados e bem informados, eles podem ser seus aliados.
  • " Assegure-se de estar sendo compreendido ao falar com a imprensa. Cuidado com termos técnicos e evasivos.
  • " Não especule, não brinque, não subestime. Trate de ser identificado como uma pessoa honesta." Jamais diga "sem comentários", "nada a declarar", "estou sendo injustiçado", "não é problema meu" e "me respeite". Isso só agrava a situação.
  • " Não ignore sinais de alerta. Resolva todos os problemas potencialmente graves antes de se tornarem crises.
  • " Ter razão em crises não significa vencer. A questão é de imagem e não apenas de leis.

    Ou seja, a escolha do porta-voz tem uma relevância tremenda na estratégia de comunicação durante a crise, e nós, relações-públicas, devemos fazer nosso papel influenciador na indicação da melhor pessoa para esse fardo. Desculpem-me, queria dizer cargo!

Até mais!



terça-feira, 8 de setembro de 2009

O papel da comunicação interna

Atualmente, apesar de termos várias fontes de informação nem sempre nos comunicamos devidamente. Existe uma grande diferença entre informação e comunicação. Em uma organização a situação não é diferente, as informações são produzidas e causam impacto na vida dos funcionários, mas nem sempre geram mudanças de atitudes. Muitas vezes as informações chegam de maneira inadequada ou pior, nem chegam.


A Comunicação Interna são as interações, os processos de trocas, os relacionamentos dentro de uma empresa ou instituição.


Por que a comunicação interna é importante em uma organização?


1º - os empregados são como parceiros da organização e quanto mais bem informados estiverem, mais envolvidos com empresa, sua missão e seu negócio, maior produtividade eles terão.


2º - os empregados são os “melhores porta-vozes” da instituição em que trabalha. Sua opinião sobre a organização vale muito para quem está de fora. Ele é o maior propagandista da organização.


3º - a Comunicação Interna tem uma função importante, no sentido de fazer circular as informações novas, promover o debate e a interação entre os vários segmentos da organização e, sobretudo, capacitar os funcionários para os novos desafios.


Comunicar vai além de simplesmente informar, ela atrai e envolve os funcionários. Funcionários mal informados desenvolvem ruídos na comunicação e um clima organizacional não favorável, ficando assim, a um pulo de uma crise.