domingo, 13 de setembro de 2009

Porta-voz: A escolha e postura correta na hora da crise

Boa noite a todos!

Mais uma vez estou de volta para discutir sobre comunicação e crise. A busca pelo tema de hoje me levou até o assunto porta-voz.

O porta-voz é o elo de comunicação entre a empresa e os públicos que devem ser comunicados no surgimento de uma crise. A pessoa escolhida preferencialmente precisa ocupar a posição de líder na empresa, entender profudamente a situação, ter ótima oratória, ser treinado para responder à imprensa e ter equilíbrio emocional em momentos de tensão. Esta pessoa deve ser o único ícone na transmissão de informações, evitando assim, incoerência e confusão nas mensagens.

Alexandre Caldini, o autor do artigo “Como gerenciar a crise”, publicado em uma das edições da revista EXAME de 2000, apontou a postura que o porta-voz deve assumir durante a crise:
  • " Não falar sem antes saber de fato o que aconteceu. Se for o caso, declare à imprensa que você vai se informar e logo voltará a falar.
  • " Volte e fale. Se você não falar, alguém vai falar por você, só que não necessariamente a verdade." Efeito avestruz não ajuda. O que você prefere: um fim horroroso ou um horror sem fim?
  • " Nunca minta. Se você mentir e descobrirem que você mentiu, nada mais importa: você será o culpado.
  • " Não negligencie seu público, principalmente a imprensa. Respeitados e bem informados, eles podem ser seus aliados.
  • " Assegure-se de estar sendo compreendido ao falar com a imprensa. Cuidado com termos técnicos e evasivos.
  • " Não especule, não brinque, não subestime. Trate de ser identificado como uma pessoa honesta." Jamais diga "sem comentários", "nada a declarar", "estou sendo injustiçado", "não é problema meu" e "me respeite". Isso só agrava a situação.
  • " Não ignore sinais de alerta. Resolva todos os problemas potencialmente graves antes de se tornarem crises.
  • " Ter razão em crises não significa vencer. A questão é de imagem e não apenas de leis.

    Ou seja, a escolha do porta-voz tem uma relevância tremenda na estratégia de comunicação durante a crise, e nós, relações-públicas, devemos fazer nosso papel influenciador na indicação da melhor pessoa para esse fardo. Desculpem-me, queria dizer cargo!

Até mais!



Um comentário:

  1. Esses dias um dos jornais da Globo falou sobre a simpatia de alguns técnicos de futebol. Tem tudo a ver com gerenciamento de crise e a simpatia das torcidas... reprisaram um dos depoimentos do Dunga sobre supostas dúvidas que ele teria a repeito do time principal e ele foi extramamente desagradável e hostil com o jornalista. Muito desnecessário, na minha opinião. Concordo que nem sempre o jornalista é simpático, mas naquela situação, cada um estava fazendo o seu trabalho, e toda mundo gosta de respeito. O porta-voz, seja que for, não deve perder a classe. Há formas e formas de gerenciar uma pergunta que não condiz com nossas expectativas.

    ResponderExcluir